sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013


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Jornal Local

Professor tira jovens da marginalidade através da música

Profissionalizar jovens de baixa renda por meio da música. É assim que o projeto, idealizado pelo professor Tonicesa Badu, de inclusão sócio-cultural, chamado Tocando em Frente, beneficia, há três anos, adolescentes entre 15 e 23 anos, moradores do Gama e do Entorno, no Distrito Federal. Entre os jovens, uma mesma particularidade: a aptidão para a música. O projeto já descobriu muitos talentos, cerca de 35 alunos que hoje são músicos e professores. A iniciativa, além de promover a profissionalização, também ajuda na auto-estima dos participantes.
PROJETO TOCANDO EM FRENTE, do professor Tonicesa Badu
O projeto Tocando em Frente nasceu da vontade do professor de música Tonicesa Badu em contribuir como cidadão para o crescimento do país. Seu objetivo era dar um \”empurrãozinho\” a jovens de baixa renda, que através do projeto, teriam a oportunidade de se qualificar, conquistando assim um trabalho que lhes gerassem renda.
De acordo com Badu, o curso pretende formar músicos práticos, ou seja, os alunos são treinados para colocarem em exercício o que aprenderam nas aulas. \”Os processos pedagógicos das escolas são muito defasados. O Brasil tem que formar profissionais em um ano, um ano e meio, para que possam sair e trabalhar\”, afirma.
A iniciativa da criação de projetos para inclusão social, e cultural, aos jovens brasileiros, muitas vezes está associada a preocupação das entidades com a criminalidade e a retirada de jovens desta realidade. Neste cenário, destacam-se os trabalhos desenvolvidos pelo AfroReggae (RJ), Olodum (BA) e o Tocando em Frente (DF). O valor destes projetos mostram resultados, não só para os jovens contemplados, mas para toda a comunidade.
Os números comprovam a dimensão deste projeto. Em três anos de criação, o Tocando em Frente formou 35 alunos em música, além de ter beneficiado indiretamente mais de três mil pessoas. Entre elas, os familiares que são unânimes em relatar o impacto positivo do projeto na vida destes jovens. A estimativa é de que o Tocando em Frente tenha alcançado grande êxito em seu objetivo, que é profissionalizar os jovens, já que 70% dos integrantes trabalham com a música.
Badu explica que o projeto sobrepõe a qualidade do que a quantidade, ele trabalha com menos jovens, mas para que eles tenham uma boa qualificação. \”O maior marketing que a pessoa pode ter é a qualidade no que ela faz\”, conta.
Para conseguir uma vaga neste projeto, o (a) candidato (a) passa por uma seleção, em que são analisados alguns requisitos básicos, como: afinação vocal, senso rítmico nos instrumentos de percussão e saber alguns acordes no violão, guitarra ou teclado.
Após ingressar ao projeto, o (a) jovem selecionado (a) se submeterá a uma rígida rotina de aulas, ensaios, aulas práticas de contrabaixo elétrico, teclado, percussão, violão, guitarra, canto e bateria onde aprenderá os principais gêneros e ritmos brasileiros como, samba, choro, xote, baião, coco, maracatu e frevo. O rock, o reaggae, o blues, o hip hop, o funk. E também, ritmos da região centro oeste como a foli, a catira, o samba caipira, o pagode caipira, a moda de viola , a curraleira etc.
Apenas com dois meses de estudo, os alunos começam a fazer pequenas apresentações em colégios ou eventos na comunidade. O (a) candidato (a) deve mostrar durante todo o curso constância, pontualidade, execução das tarefas e crescimento dentro dos conteúdos pedagógicos ministrados para que possa permanecer e garantir a sua vaga.
No término de dez meses, o (a) jovem se formará como músico profissional e fará parte de uma banda pronta para atuar em bailes, shows, bares, e estúdios. A primeira banda formada pelo projeto foi a Preta e o Bando, cuja vocalista era a cantora Gisele Dias, uma das finalistas do programa Idolos do SBT. A segunda, Olhos do Cerrado, formou jovens que já trabalham como professores particulares e tocam em diversos eventos.
Vale a pena destacar que a equipe de professores é formada por ex-alunos do projeto, já formados, com a supervisão e orientação do idealizador, cantor, compositor e professor Tonicesa Badu. O projeto Tocando em Frente também recebe apoio da Brasil Telecom, da Escola de Música de Brasília, da Secretaria de Cultura do Governo do Distrito Federal e da Administração Regional do Gama.

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